Na noite de quarta-feira (09/10), a Flórida recebeu a visita nada amigável do furacão Milton, que chegou em Siesta Key com ventos assustadores de até 205 km/h. Com isso, a galera já está lidando com inundações, casas destruídas e milhões de pessoas sem energia elétrica.
O furacão, classificado como categoria 3 em uma escala que vai até 5, pode não ter sido tão forte quanto poderia, mas isso não diminui seu potencial devastador. Essa tempestade chegou logo após o furacão Helene, de categoria 4, que causou estragos e deixou 255 pessoas mortas em vários estados, incluindo a Flórida, a Carolina do Norte e a Geórgia.
De acordo com o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), as condições atmosféricas e oceânicas estão criando um cenário perfeito para uma temporada de furacões super ativa. Com as tempestades tropicais ganhando força e se transformando em furacões quando atingem ventos contínuos de 119 km/h, não é de se surpreender que as previsões indiquem que entre 17 e 24 tempestades tropicais devem surgir até o final da temporada, com a expectativa de que 4 a 7 delas se tornem grandes furacões.
O que está rolando por trás desse aumento na intensidade dos furacões? Especialistas apontam para as temperaturas recordes da superfície do mar e mudanças nos padrões climáticos. O enfraquecimento do fenômeno El Niño e a possível volta do La Niña criaram condições atmosféricas mais favoráveis para a formação de tempestades.
Embora o NOAA tenha previsto uma temporada de furacões “abaixo do normal” no Pacífico Central, o Atlântico está pegando fogo. O furacão Beryl, que passou por aqui em junho e julho, quebrou recordes na bacia do Atlântico e deixou claro que estamos em uma temporada ativa.
Uma pergunta que sempre aparece é: por que os furacões têm nomes? A resposta é simples: é uma maneira eficaz de comunicar alertas à população! Há seis listas de nomes que são recicladas a cada seis anos. Em 2024, a lista inclui nomes como Alberto, Beryl, e, claro, Milton.
E as mudanças climáticas? Elas não estão aumentando o número de furacões, mas sim aumentando a força deles e a quantidade de chuva. Por exemplo, as inundações do furacão Katrina em 2005 foram de 15% a 60% mais severas do que teriam sido em 1900.
Os furacões também trazem chuvas intensas e inundações, problemas que estão se intensificando com as mudanças climáticas. O aumento do nível do mar, impulsionado pelo derretimento das calotas polares e pelo aquecimento dos oceanos, significa que as enchentes estão mais profundas e os furacões, mais devastadores.
Os especialistas estão de olho nessa situação. Eles alertam que a população precisa estar ciente dos perigos das tempestades, especialmente quando a velocidade do vento sobe rapidamente. “Estamos vendo um aumento na rapidez com que os furacões se intensificam”, diz Andra Garner, professora da Rowan University. E isso representa um risco maior para as comunidades litorâneas.
Globalmente, o número de ciclones tropicais não deve aumentar, mas à medida que o mundo esquenta, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) aponta que a intensidade das tempestades pode aumentar. Um aumento de 1,5 °C nas temperaturas globais pode levar a um aumento de 10% nos ciclones de categoria 4 e 5.
Se as temperaturas subirem para 2 °C, essa proporção pode alcançar 13% e até 20% com um aumento de 4 °C. O IPCC conclui que os humanos têm uma contribuição significativa para o aumento das chuvas associadas a ciclones tropicais e para a maior probabilidade de ciclones mais intensos.