O presidente argentino, Javier Milei, revelou na última terça-feira (15) uma nova proposta econômica: adotar um regime de câmbio flexível ao suspender os controles de capital. Essa iniciativa é um passo crucial em sua estratégia para estabilizar a economia do país antes de retornar aos mercados internacionais até 2026.
Em sua apresentação na conferência do Banco Central, Milei afirmou que a flexibilidade na taxa de câmbio do peso é fundamental. “Se não houver excesso de pesos circulando, posso eliminar os controles, mesmo sem ter dólares, porque meu objetivo é um câmbio flexível”, declarou.
Embora Milei ainda não tenha definido um calendário específico para acabar com os controles, a falta de reservas estrangeiras tem sido um grande obstáculo. A forma como o governo lidará com a moeda argentina será decisiva para enfrentar a alta inflação, atrair investimentos externos e pagar uma dívida de US$ 44 bilhões com o FMI.
O ministro da Economia, Luis Caputo, já havia indicado que a Argentina poderá voltar aos mercados em 2026, o que sugere que os controles de capital poderão ser suspensos antes disso. Nos últimos anos, a Argentina viveu uma alta volatilidade cambial, especialmente entre 2015 e 2019, levando a uma série de restrições financeiras.
Milei também destacou a necessidade de controlar a inflação, que atualmente está em níveis alarmantes. Para ele, a eliminação do excesso monetário é essencial para estabilizar a economia, buscando uma convergência com a chamada “inflação induzida”, que inclui fatores como desvalorização da moeda e controles de capital.