Com fantasias, doces e decorações arrepiantes, o Halloween é um dos feriados mais esperados, especialmente nos Estados Unidos. Mas a história da data vai muito além dos costumes que vemos hoje em dia. De origem celta, o Halloween foi inspirado no antigo festival de Samhain, uma celebração pagã realizada pelos povos celtas no Reino Unido há muitos séculos.
O Samhain marcava o final da temporada de colheitas e o início de um novo ciclo, simbolizando o fim do verão. Durante essa época, acreditava-se que as barreiras entre o mundo dos vivos e o dos mortos estavam mais tênues, o que inspirava rituais como fogueiras, celebrações pela abundância e até previsões sobre o futuro.
Com a expansão da influência cristã, o Papa Gregório III moveu o Dia de Todos os Santos para o dia 1º de novembro, o que fez com que as tradições cristãs e celtas começassem a se misturar. Nascia então o “All Hallows’ Eve” ou, como conhecemos hoje, Halloween. No século 18, a festa já incorporava elementos como fogueiras e adivinhações sobre o futuro, como prever quem seria o futuro amor da pessoa. E foi no século 19 que a imigração irlandesa levou a festa ao solo americano, onde começou a ganhar novos elementos.
Nos EUA, as tradições misturaram as festividades britânicas com os próprios rituais americanos de colheita. O famoso costume de entalhar abóboras, por exemplo, veio da lenda de Jack O’ Lantern, um ferreiro esperto que enganou o diabo. A abóbora iluminada se tornou símbolo da data, e “doces ou travessuras” começou como uma brincadeira de pregar peças na vizinhança, prática que só se popularizou após a Segunda Guerra Mundial, quando o açúcar voltou às prateleiras.
O medo e as fantasias também ganharam um novo papel após a transmissão da adaptação de “Guerra dos Mundos” pelo rádio em 1938. Milhares de ouvintes acreditaram que o mundo estava sob invasão alienígena. Essa pegadinha de Halloween trouxe o espírito das brincadeiras e sustos que hoje caracterizam a data.
Atualmente, o Halloween continua a crescer em popularidade, sendo exportado para muitos países, inclusive o Brasil. Aqui, ele convive com o Dia do Saci, um resgate das figuras folclóricas nacionais que dividem o mesmo espaço no calendário.
Fonte: G1 Foto: Getty Images