Após uma queda de 9% em 2023, o preço da carne registrou um aumento expressivo de 20,8% em 2024, marcando a maior alta dos últimos cinco anos, segundo o IBGE. Cortes populares como acém (25,2%), patinho (24%) e contrafilé (20%) lideraram a disparada, colocando a carne como um dos principais vilões da inflação de alimentos no país, que chegou a 7,69%.
1. Ciclo Pecuário em Alta
O ciclo de produção bovina funciona com altos e baixos. Após dois anos de grandes abates, a oferta de gado caiu, pois muitos produtores começaram a reter fêmeas para reprodução, reduzindo a disponibilidade de carne no mercado.
2. Impactos do Clima
A seca severa e as queimadas entre junho e setembro de 2024 prejudicaram pastos, principal alimento do gado.
3. Exportações Recordes
O Brasil segue liderando as exportações de carne bovina, com 2,8 milhões de toneladas vendidas em 2024, 25% a mais que em 2023. A demanda externa, somada ao dólar valorizado, reduziu a quantidade de carne disponível no mercado interno, elevando ainda mais os preços.
4. Maior Poder de Compra do Brasileiro
Com a taxa de desemprego em queda, reajustes no salário mínimo e benefícios sociais, muitos brasileiros passaram a consumir mais carne, especialmente durante as festas de fim de ano.
O Que Esperar em 2025
A previsão para este ano não é otimista: a alta deve se manter e pode se estender até 2026. Isso porque os bezerros que começaram a nascer em 2025 só estarão prontos para abate em 2027 ou 2028, o que mantém a oferta limitada por mais alguns anos.
Como Economizar Sem Abrir Mão da Proteína
Diante do cenário, alternativas como cortes mais baratos, como o shoulder, têm ganhado destaque nas churrasqueiras e no dia a dia. Também vale buscar promoções e planejar melhor as compras para driblar a inflação.