O presidente do Camprev, instituto de previdência dos servidores de Campinas (SP), está no centro de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por suspeitas de improbidade administrativa. Marionaldo Fernandes Maciel é acusado de fraudar uma licitação para beneficiar a empresa Atlantic Solutions, resultando em um prejuízo estimado em R$ 2 milhões aos cofres públicos. Além disso, denúncias apontam que ele acessava sites pornográficos durante o expediente e adotava comportamento inadequado no ambiente de trabalho.
Fraude em licitação
A investigação aponta que Marionaldo, junto com seu assessor Paulo César da Fonseca, teria manipulado o processo licitatório realizado em 2023 para favorecer a Atlantic Solutions, uma empresa que já prestava serviços ao Camprev desde 2014 por meio de contratos assinados sem licitação. Após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) exigir a abertura de concorrência, o pregão foi vencido pela empresa FAC Locação e Desenvolvimento de Sistemas, com uma proposta de R$ 13,8 milhões.
No entanto, Marionaldo anulou a vitória da FAC, alegando irregularidades, e reabriu a concorrência. Desta vez, apenas a Atlantic participou e garantiu o contrato por R$ 15,9 milhões, valor R$ 2,1 milhões superior à proposta anterior.
Denúncias de má conduta
Além das suspeitas de direcionamento da licitação, o MP-SP também recebeu relatos de servidores sobre a postura de Marionaldo no ambiente de trabalho. Ele foi descrito como centralizador e autoritário, além de ter acessado conteúdo pornográfico durante o expediente. Testemunhas afirmaram que o presidente teria gritado com funcionários e adotado um comportamento intimidador.
Defesas e pedidos do MP-SP
O Ministério Público pede a condenação de Marionaldo e Paulo César por improbidade administrativa, a perda de seus cargos e a anulação do contrato firmado com a Atlantic Solutions. A promotoria também solicita que a empresa seja impedida de firmar contratos com o poder público por até 12 anos.
Em nota, o Camprev afirmou que não tolera irregularidades e que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos. Paulo César da Fonseca declarou que seguiu as normas legais em todas as suas ações, enquanto a Atlantic Solutions disse não ter sido notificada oficialmente e garantiu que cumpriu todas as exigências legais no processo.