Uma descoberta dolorosa em Inhumas, região metropolitana de Goiânia, revelou uma troca de bebês ocorrida em 2021 no Hospital da Mulher. Yasmin Késsia da Silva, mãe de uma das crianças trocadas, revelou que, ao buscar esclarecimentos sobre o resultado negativo do teste de DNA, foi orientada por um funcionário do hospital a não denunciar o caso. Segundo ela, o funcionário disse que a melhor saída seria “levar para debaixo do pano” para evitar que a criança fosse retirada dela.
O caso e as investigações
A troca veio à tona três anos após o nascimento das crianças, quando um teste de DNA confirmou que o menino criado por Yasmin e seu ex-marido, Cláudio Alves, não era biologicamente filho de nenhum dos dois.
O nascimento das duas crianças aconteceu no dia 15 de outubro de 2021, em cesarianas realizadas por equipes médicas diferentes e com intervalo de poucos minutos. Yasmin relatou que estava muito debilitada durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação. Ao acordar, já encontrou o bebê ao seu lado.
Devido às restrições da pandemia, os pais não puderam acompanhar os nascimentos. Uma foto registrada pela equipe médica antes da troca mostra o bebê biológico de Yasmin ainda com a pulseira de identificação no braço, segundo o advogado da mãe.
Como a troca foi descoberta
Após a separação de Yasmin e Cláudio, o ex-marido questionou a paternidade do menino, alegando falta de semelhança física. Mesmo relutante no início, Yasmin concordou em realizar o teste de DNA, que revelou a verdade.
A lembrança de ter visto outra família no hospital antes do parto levou Yasmin a procurar o pastor da igreja frequentada por Guilherme e Isamara Cristina Mendanha, os pais biológicos da criança que estava com ela. Após o relato, a outra família também realizou um teste de DNA, que confirmou a troca.
As famílias buscam respostas
A troca impactou profundamente as duas famílias, que agora buscam formas de lidar com a situação. Isamara, que cuidou do menino durante três anos, afirmou que deseja manter a aproximação entre as famílias. “Queremos, a partir de agora, ser uma grande família”, declarou.
Enquanto isso, Yasmin e Cláudio, ainda abalados, expressaram incerteza sobre o futuro. “Esse erro mexeu com o destino das nossas vidas. Estamos sem chão”, desabafou Cláudio.
O que diz o hospital e a polícia
O Hospital da Mulher informou que não irá se pronunciar até a conclusão das investigações. Já a Polícia Civil segue apurando os detalhes do caso e a autoria do erro. Após o encerramento do inquérito, caberá à Justiça decidir sobre o futuro das crianças.
Fonte: G1 Imagem: Divulgação