Um levantamento recente revelou que a maioria dos municípios paulistas não tem estrutura adequada para lidar com calamidades como enchentes e deslizamentos. Apenas 76 das 645 cidades do estado, ou 11,7%, estão minimamente preparadas para enfrentar eventos climáticos extremos. O dado alarmante foi divulgado pelo governo do estado nesta quarta-feira (4) durante o lançamento de novos investimentos para reforçar a defesa civil em São Paulo.
Cenário preocupante
De acordo com um estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), 44% das cidades paulistas não têm equipes ou setores dedicados ao monitoramento de riscos climáticos. Além disso, 57% não possuem sistemas de alerta para desastres, deixando boa parte da população desprotegida.
A CNM reforça que a prevenção e o enfrentamento de desastres são responsabilidades compartilhadas entre União, estados e municípios. Nesse contexto, a entidade trabalha para implementar um Consórcio Nacional de Gestão Climática e Prevenção de Desastres (Conclima), que visa conectar esses entes em ações coordenadas.
Plano de prevenção em ação
O governo paulista anunciou um pacote de R$ 64,3 milhões em ações voltadas para a prevenção e resposta a desastres naturais. Entre as medidas, estão:
- Monitoramento contínuo: Com a Operação SP Sempre Alerta de Chuvas, que vai de 1º de dezembro a 31 de março, as equipes farão monitoramento climatológico 24 horas por dia, além de reforçar alertas à população e realizar vistorias de campo.
- Mapeamento de risco: Investimento de R$ 5,5 milhões no Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil para identificar áreas vulneráveis e agir preventivamente.
- Novos radares meteorológicos: Com custo de R$ 4,4 milhões, um radar da Unicamp será utilizado para transmitir imagens em tempo real, complementado por três novos radares financiados pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro).
Investimento em infraestrutura
Além da prevenção, o governo estadual destinou R$ 21,1 milhões para a reconstrução de moradias e outras edificações em comunidades atingidas por desastres, e R$ 12,6 milhões para fortalecer as defesas civis municipais.
Outra novidade é a criação do Curso Técnico de Agente de Proteção e Defesa Civil, previsto para o segundo semestre de 2025. As aulas serão ministradas inicialmente em duas unidades do Centro Paula Souza, com o objetivo de formar profissionais capacitados para atuar na área.
Desafios no horizonte
Embora os investimentos e medidas preventivas sejam um avanço, o cenário ainda demanda mais articulação entre os governos. A falta de infraestrutura em muitas cidades e a ausência de sistemas de alerta deixam milhões de paulistas vulneráveis a tragédias climáticas que, com planejamento adequado, poderiam ser evitadas.
Fonte: Agência Brasil Imagem: Divulgação