Uma discussão durante uma corrida por aplicativo em Salvador acabou virando caso de polícia. No dia 26 de dezembro, o motorista Luan Felipe de Araújo, de 33 anos, foi agredido por uma passageira após se recusar a entrar em um condomínio no bairro nobre do Horto Florestal. O caso só veio à tona na última terça-feira (7), quando Luan decidiu falar publicamente sobre o ocorrido.
O que aconteceu?
Luan aceitou a corrida no bairro Canela com destino à Rua Waldemar Falcão, no Horto Florestal. Ao chegar ao local, a passageira Fedra Emanuela Aquino Barreto exigiu que ele entrasse no condomínio. Ao ser informada de que o motorista não poderia atender ao pedido, a situação saiu do controle.
“Ela foi extremamente agressiva, como se eu tivesse obrigação de entrar. Decidi gravar quando percebi que ela estava exaltada”, explicou Luan.
No vídeo registrado pelo motorista, a passageira aparece gritando, proferindo xingamentos e até tentando tomar o volante do carro. “Eu não desço porque estou cheia de joias! O senhor vai entrar, sim!”, afirmou Fedra.
Agressão gravada
As imagens mostram o momento em que a mulher parte para cima do motorista, desferindo tapas em seu rosto e braço. Em resposta, Luan manteve a calma e pediu que ela saísse do veículo. Ao descer, ele reforça: “Está tudo gravado.”
Consequências para o motorista
Após o episódio, Luan contou que ficou abalado e precisou interromper as corridas por alguns dias. “Parei em uma farmácia logo à frente para me recompor. A ficha só caiu depois. Fiquei sem trabalhar no restante do dia”, relatou.
O motorista registrou boletim de ocorrência, acionou um advogado e notificou a Uber. A plataforma se desculpou pela situação, apagou a avaliação negativa feita pela passageira e informou que a conta dela foi banida permanentemente.
Investigação em andamento
A 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas) confirmou o registro do caso, que está sendo tratado como injúria. A polícia já iniciou a coleta de depoimentos para esclarecer todos os detalhes.
Procurada, a Uber lamentou o ocorrido e reforçou que “considera inaceitável o uso de violência”. A empresa também disponibilizou apoio psicológico ao motorista por meio de um canal desenvolvido em parceria com o movimento MeToo e declarou que está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.