Prepare-se para rever o orçamento das suas compras internacionais: o ICMS sobre importações no Brasil vai aumentar de 17% para 20% a partir de abril de 2025. A medida, anunciada nesta quinta-feira (6), foi aprovada durante a 47ª Reunião Ordinária do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e DF) e promete impactar diretamente consumidores que recorrem a sites como AliExpress e Shein.
Por que o aumento foi aprovado?
De acordo com os estados, o objetivo é proteger a indústria e o comércio nacional. A ideia é equilibrar a competição entre produtos importados, que chegam ao Brasil com preços mais baixos, e os fabricados aqui. Em nota, os representantes estaduais afirmaram que a medida reforça o compromisso com o desenvolvimento do mercado interno.
Impacto direto no bolso
Se o consumidor já sentia o peso dos 20% de imposto de importação em compras internacionais, o novo ICMS deve tornar essas aquisições ainda menos vantajosas. Para ter uma noção prática, um produto de US$ 100 (aproximadamente R$ 607 com o dólar a R$ 6,07) ficará assim:
- Valor do produto: R$ 607
- Taxa de importação (60%): R$ 364,20
- Subtotal antes do ICMS: R$ 971,20
- ICMS (20% sobre o total): R$ 242,80
Custo total: R$ 1.214
Esse aumento reflete um crescimento significativo nos preços finais, desanimando quem vê nas plataformas estrangeiras uma alternativa acessível para compras de roupas, acessórios, eletrônicos, entre outros.
Queda nas importações e o impacto nos Correios
Essa política não é exatamente nova. Desde 2024, o governo já sinalizava a intenção de elevar o ICMS, inclusive cogitando 25%. A decisão, adiada na época, agora chega com 20%, mas o impacto para o consumidor final continua sendo considerável.
Além disso, as taxas altas vêm afetando o volume de encomendas internacionais, com os Correios registrando uma queda de 40% após a criação da “taxa das blusinhas”.
Fonte G1: Imagem: Divulgação