A Justiça Eleitoral de Hortolândia (SP) determinou a cassação dos mandatos do vice-prefeito Carlos Augusto Cesar, o Cafú (PSB), e do vereador Leonardo Martins Moreira, conhecido como Leo do LM (PSB). A decisão é resultado de uma denúncia que aponta que os dois teriam tentado convencer uma candidata da oposição a desistir de sua candidatura nas eleições de 2024 por meio de ofertas de dinheiro e ameaças. A defesa nega as acusações e afirma que irá recorrer.
O caso
A ação foi movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que acusa Leo do LM de marcar uma reunião com a candidata junto com Cafú, oferecendo R$ 3 mil e um emprego em troca da desistência dela. De acordo com a denúncia, a estratégia visava enfraquecer a chapa adversária, já que a desistência da candidata obrigaria o partido a retirar outros nomes da disputa devido à cota de gênero.
Em depoimento, a candidata relatou que, após a reunião, Leo do LM percorreu bairros como Recanto do Sol, Jardim Primavera e São Jorge procurando por sua casa e chegou a ir até seu comércio. Poucos dias depois, cabos de energia de sua barraca foram cortados, deixando o local sem funcionamento, e bandeiras eleitorais foram arrancadas.
Além disso, a candidata afirmou ter recebido mensagens ameaçadoras por WhatsApp. Em uma delas, de um número desconhecido, o autor escreveu:
“Deixa eu te falar: está complicando nossa vida. Sabe da força que temos lá em cima. Nos aguarde! Para que fazer BO? Tá arrumando problema para você mesma.”
Decisão judicial e inelegibilidade
Na sentença, o juiz eleitoral Luis Mario Mori Domingues classificou as ações como uma tentativa clara de enfraquecer a oposição e manter a hegemonia política de Leo do LM na região. Com isso, determinou a cassação dos mandatos e declarou os dois inelegíveis por oito anos.
O prefeito de Hortolândia, José Nazareno, o Zezé Gomes (Republicanos), também foi citado na denúncia. No entanto, as acusações contra ele foram julgadas improcedentes, já que não foram encontradas provas de seu envolvimento direto.
O que diz a defesa
A defesa de Cafú e Zezé, representada pelo advogado Cristiano Vilella, declarou estar confiante na improcedência final do caso. Segundo ele, as provas apresentadas, como áudios e prints de mensagens, não são suficientes para comprovar as alegações. A defesa também argumenta que as gravações anexadas foram feitas de forma anônima e que não passaram por perícia de autenticidade.
Por outro lado, a Prefeitura de Hortolândia afirmou que os serviços públicos e atividades administrativas seguem funcionando normalmente enquanto os recursos são analisados nas instâncias judiciais superiores.
Fonte: G1 Imagem: Divulgação