Quando a internet via satélite da Starlink chegou ao mercado, muita gente vibrou com a possibilidade de conectar até os cantos mais isolados do mundo. Mas, enquanto a promessa era levar conexão rápida e moderna a todos, uma crise inédita colocou o serviço sob holofotes preocupantes. Na Índia, antenas da empresa de Elon Musk foram parar nas mãos erradas: autoridades descobriram dispositivos operando de forma clandestina, usados por terroristas em áreas de conflito, e contrabandistas em alto-mar.
Para piorar, o governo indiano afirma que a Starlink, que ainda não tem sinal verde para operar oficialmente no país, não está controlando quem usa suas antenas. Em protesto, Musk decidiu tirar a Índia do mapa: cortou o sinal, revoltado com o que chamou de falta de autorização adequada. Só que o alerta não vale só para o território indiano. Com a empresa expandindo suas operações no Brasil, a preocupação é que a mesma brecha que beneficiou criminosos do outro lado do mundo acabe se repetindo por aqui.
Como evitar que antenas que deveriam conectar escolas e comunidades isoladas também facilitem a vida de traficantes ou grupos armados? O episódio indiano mostra que leis e fiscalização precisam acompanhar o ritmo da inovação. Afinal, do outro lado do globo, a tecnologia revolucionária virou arma nas mãos do crime.