A Polícia Civil do Rio Grande do Sul finalizou o inquérito sobre as mortes de Manuela e Antônia Pereira, gêmeas de três anos, que faleceram com uma diferença de oito dias entre os casos. Segundo as investigações, a mãe das meninas, Gisele Beatriz Dias, é apontada como responsável pelos feminicídios, com indícios de que as crianças foram envenenadas. As mortes ocorreram em outubro, na cidade de Igrejinha, região metropolitana de Porto Alegre.
A Justiça decretou a prisão preventiva da mulher, que já estava detida temporariamente. O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, responsável pelo caso, declarou que, apesar de o laudo final das perícias não estar pronto, os indícios coletados até agora sustentam a denúncia. O caso agora segue para análise judicial.
O que aconteceu?
Manuela morreu no dia 7 de outubro, após ser encontrada inconsciente em casa. Inicialmente, a causa foi atribuída a um infarto. Oito dias depois, Antônia foi encontrada sem vida em condições semelhantes. Ambas as crianças apresentaram hemorragia, o que levantou suspeitas de envenenamento.
Além disso, relatos de um médico psiquiatra, que tratou Gisele semanas antes dos episódios, reforçaram as suspeitas. Durante o internamento da mulher por depressão, ela teria mencionado “ideias perversas” relacionadas às filhas. Outro ponto-chave foi o depoimento da filha mais velha de Gisele, que afirmou que a mãe seria “plenamente capaz” de cometer o crime.
Exumação e perícia
Diante da hipótese de envenenamento, os investigadores realizaram a exumação do corpo de Manuela para coletar novas evidências. O delegado Caliari informou que há sinais de ingestão de substância tóxica, mas os resultados definitivos das análises ainda estão pendentes.
O impacto no pai
O pai das meninas, Michel Persival Pereira, caminhoneiro, relatou à imprensa o sofrimento pela perda das filhas e a dificuldade de aceitar que a mãe pudesse ter cometido o crime. “Eu quero acreditar que foi algo natural, que elas apenas partiram. Imaginar que alguém fez mal a elas, pior ainda a mãe, é uma dor insuportável”, desabafou. Ele também revelou que não estava presente em casa nos momentos em que as filhas foram encontradas mortas.
Histórico familiar
Gisele já havia perdido temporariamente a guarda das meninas em 2022, quando deixou as crianças com uma vizinha sem aviso. Na época, elas foram encaminhadas para a casa do avô materno. O caso também tem registros de atendimentos pelo Conselho Tutelar.
Próximos passos
A Justiça agora decidirá sobre o destino de Gisele, enquanto as perícias buscam esclarecer os detalhes finais das mortes. A tragédia expõe questões sobre saúde mental, histórico de violência familiar e a necessidade de políticas mais rigorosas para prevenir crimes contra crianças.
Fonte: G1 Imagem: divulgação