Casal devolve três crianças durante processo de adoção e é multado em R$ 50 mil no Paraná.

Um casal de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, foi condenado a pagar uma multa de R$ 50 mil por danos morais após desistir de adotar três irmãos com idades de um, seis e sete anos. A decisão foi tomada pela Vara da Infância e Juventude, com o valor da multa dividido igualmente entre as duas crianças mais velhas, consideradas conscientes do impacto emocional causado pela devolução.

Motivo da desistência

O casal justificou a desistência apontando “brigas constantes e ausência de gratidão” por parte das crianças, conforme detalhado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). Porém, na avaliação do órgão, o comportamento das crianças era típico da infância e não justificava a devolução. O MP destacou que a atitude do casal revelou “despreparo e idealização equivocada da parentalidade”, além de uma “postura autocentrada”.

O impacto psicológico

O caso, ocorrido em 2023, envolvia um processo de aproximação que já incluía seis encontros entre o casal e as crianças, pernoites na casa deles e a guarda provisória, etapa em que o vínculo entre adotantes e adotados é aprofundado.

A devolução durante essa fase causou grande abalo psicológico nos irmãos, que chegaram a desenvolver sentimentos de culpa pelo rompimento. “Os adotandos já se sentiam seguros e adaptados ao casal, sofrendo significativo impacto emocional com o término abrupto da convivência”, afirmou o MP.

Encaminhamento das crianças

Após a devolução, os irmãos foram novamente acolhidos pelo Programa Família Acolhedora de Almirante Tamandaré, que oferece suporte temporário enquanto aguardam uma nova possibilidade de adoção.

Decisão judicial e penalidade

A multa foi homologada pela Justiça em outubro deste ano, e o MP foi notificado oficialmente nesta semana. Segundo o órgão, a decisão busca ressarcir parcialmente os danos emocionais causados às crianças e reforçar a seriedade do processo de adoção.


Legado e reflexão

Casos como este trazem à tona a importância de avaliar o preparo emocional e psicológico dos adotantes antes de iniciar o processo de adoção, evitando novos traumas em crianças que já enfrentaram desafios significativos.

Fonte: G1 Imagem: Divulgação

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